A sustentabilidade nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 em Beijing, na China foi um dos principais assuntos discutidos pela comunidade internacional.
Com os esportes de inverno estando diretamente atrelados às mudanças climáticas do nosso planeta, além das discussões em relação à sustentabilidade, a organização do evento em parceria com as autoridades do país sede tomaram inúmeras medidas sustentáveis para a realização dos Jogos, tornando a edição 2022 dos Jogos Olímpicos de Inverno a mais sustentável de todos os tempos.
Alinhado às exigências do COI – Comitê Olímpico Internacional, os Jogos de Beijing 2022 foram neutros em emissão de carbono. Isso significa que, além de diminuir a emissão de carbono para a operação do evento, as autoridades de Beijing e Zhangjiakou plantaram mais de 80 mil hectares de árvores e áreas verdes, compensando a emissão de carbono para a realização dos Jogos.
Além desses métodos, foram tomadas medidas para “zerar” a emissão de carbono como: o uso de transportes a base de eletricidade ou gás natural em toda a região de Beijing, 100% da eletricidade usada nas operações vindas através de fontes de energia renovável e em quatro das arenas onde ocorreram competições, foi usado em sistema natural de refrigeração que reduziu a emissão de carbono de maneira equivalente ao plantio de 1.2 milhão de árvores.
Em contrapartida, a organização dos Jogos teve de utilizar neve artificial para grande parte dos eventos esportivos. Por mais que o uso de neve artificial tenha ocorrido em outras edições de Jogos Olímpicos, se estima que mais de 90% da neve utilizada em Beijing não era natural, um dado extremamente preocupante para o futuro dos esportes de inverno.
Apesar do governo chinês alegar que a água utilizada para fazer neve artificialmente representava menos de 2% do consumo de água do distrito do Yanqing, onde está localizada a cidade de Beijing, essa medida foi muito criticada por grande parte da opinião pública. No entanto ela é cada vez mais utilizada, não apenas na China para a realização dos Jogos como também nos Alpes europeus ou até as montanhas dos Estados Unidos buscando manter uma maior superfície própria para a prática dos esportes na neve.
A necessidade do uso de neve artificial é um impacto direto do aquecimento global e escancara os efeitos nocivos da alta emissão de carbono na atmosfera causado pela atividade humana.
Tendo isso em vista, é necessário que haja uma maior conscientização em relação a diminuição da emissão de carbono na atmosfera e que sejam tomadas medidas efetivas por parte das autoridades, empresas e população em geral, afim de regular e reduzir os níveis de emissão de carbono e aliado a maior utilização de energias limpas e renováveis. Os esportes de inverno tem seu futuro ameaçado por conta das mudanças climáticas e essa ameaça só pode ser revertida através de ações contundentes na busca por reestabelecer nosso ecossistema e garantir a sustentabilidade da vida e dos amados esportes de neve.