Em março de 2024, Lucas Pinheiro Braathen anunciou sua volta às pistas para a próxima temporada. Porém, desta vez o filho da brasileira Alessandra Pinheiro irá vestir as cores verde e amarelo.

Competindo pela Noruega, país onde nasceu, Lucas conquistou o primeiro lugar do Slalom na Copa do Mundo de Ski Alpino da temporada 2022/23. No entanto, pouco antes da primeira etapa da Copa do Mundo 2023/24 ele fez um anúncio que balançou o mundo do Ski competitivo, revelando que não mais competiria na modalidade.

Um ano depois, Lucas Pinheiro Braathen decidiu se juntar a CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve e competir pelo Brasil.

“Para o Brasil e para a CBDN, é muito especial ter o Lucas Pinheiro competindo pelo país. Ele é aquele tipo de atleta que pode transcender o esporte, porque ele é bom não só dentro das pistas fazendo o que ele faz de melhor, mas também é uma pessoa boa em tudo aquilo que ele faz. Acredito que ele pode gerar um impacto muito grande para a sociedade em geral e para o país como um todo. Com seu carisma e talento, tenho certeza que ele vai cair nas graças do povo brasileiro.” disse Pedro Cavazzoni, CEO da CBDN.

Em visita ao Brasil, o primeiro vencedor da Copa do Mundo de Ski Alpino a competir pelo Brasil concedeu uma entrevista ao Brasil na Neve. Confira!

Como você começou no Ski Alpino?

Meu pai queria me mostrar a arte do Ski. Ele queria que eu aprendesse a esquiar à princípio só para eu conhecer o esporte. Eu tinha 9 anos e comecei a esquiar com meu pai, fui fazendo amigos.

O Ski deixa você viajar muito para descobrir novos lugares, novas cultura, novas pessoas e eu achei isso muito legal. Por conta disso, acabei virando um esquiador.

Quais foram suas maiores influências e inspirações no esporte?

Algumas das minhas inspirações no esporte foram jogadores de futebol aqui do Brasil, como Ronaldinho, Neymar, Ronaldo Fenômeno. Então, todos eles foram os melhores dentro de seu esporte, e eu sempre quis ser essa inspiração para as gerações mais novas.

Eu sempre achei que o fato de ser um esquiador brasileiro seria uma história boa para inspirar pessoas mais novas, essa foi minha ideia.

O que te difere de outros atletas de ski alpino?

O fato de ser brasileiro (risos). Mas acho que a mentalidade, essa coisa da cultura brasileira sempre me ajudou muito no esporte. Me fez encontrar outras maneiras de conquistar meu sucesso. Acho que esse é meu diferencial.

Quais momentos foram mais marcantes em sua trajetória até aqui?

Um deles foi o pódio em Kitzbühel (na etapa de Copa do Mundo), que é uma das minhas pistas favoritas. Obviamente que o dia em que conquistei o título de Copa do Mundo no Slalom foi incrível.

Além disso, a classificação para os Jogos Olímpicos de Pequim (2022) também foi muito marcante para mim.

O que te motivou a voltar a competir e escolher a CBDN para se filiar e representar o Brasil internacionalmente?

A oportunidade de escrever uma nova história. Uma nova jornada. Meu objetivo é levar a bandeira brasileira para um esporte de inverno, um dos maiores esportes de inverno. E também poder praticar esse esporte que eu amo do meu jeito, mostrando minha personalidade sem limitações.

Eu montei junto da minha equipe um projeto e mostrei pra eles (CBDN), e eles entenderam as minhas necessidades. Agora eu só penso em buscar o pódio olímpico em Milão-Cortina 2026 pelo Brasil!

Você acompanha o desenvolvimento dos esportes de neve no Brasil? O que você acha? Você conhece outros atletas que competem pelo Brasil?

Na sexta-feira, durante minha visita ao COB, tive a oportunidade de conhecer outros atletas do Brasil e achei incrível. De inverno conheci a Nicole Silveira (Skeleton) e os irmãos Teixeira (Snowboard). 

Qual mensagem você gostaria de transmitir para outros jovens brasileiros que sonham em seguir uma carreira no ski alpino ou em outros esportes de inverno?

Minha mensagem é que não desistam dos seus sonhos, com muito trabalho é possível alcançar o impossível.

Esta entrevista foi realizada pela CBDN/Brasil na Neve em evento com Lucas Pinheiro Braathen no escritório da Red Bull em São Paulo.

Leia também:

Conheça o Freeride, o esporte na neve fora das pistas!

Como as mudanças climáticas afetaram a última temporada de neve?