Circuito Brasileiro de Rollerski: 3ª etapa de luta por pontos na corrida olímpica, paralímpicos e novos talentos em evolução

Circuito Brasileiro de Rollerski: 3ª etapa de luta por pontos na corrida olímpica, paralímpicos e novos talentos em evolução

Competição realizada em São Carlos contou com participação de atletas em quatro categorias

 

Pelo terceiro ano consecutivo, a 3ª etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski contou com provas internacionais válidas para a Federação Internacional de Ski (FIS). Pano de fundo para diversas narrativas e busca por objetivos em diferentes contextos, a competição realizada em São Carlos-SP, entre os últimos dias 12 e 15, recebeu de atletas que almejam a classificação aos Jogos Olímpicos, e foram ao interior paulista atrás de pontos para o ranking mundial, até promissores talentos das categorias de base.

Com provas de Mass Start, Prólogo, Perseguição e Sprint válidas para o ranking mundial de Ski Cross Country, atletas de Brasil, Chile e Equador tinham como meta somar importantes pontos na corrida olímpica ou mesmo melhorar seus pontos, ainda que a classificação já esteja praticamente assegurada. É o caso de Yonathan Fernandez, atleta chileno que, embora já seja credenciável para uma vaga olímpica, a disputará até janeiro com outros companheiros de equipe, sobretudo Juan Agurto, atleta também presente em São Carlos.

“Tivemos corridas muito duras aqui em São Carlos, o Brasil tem competidores muito bons, sobretudo os do Projeto Social Ski na Rua. É sempre um prazer disputar corridas por aqui, em solo brasileiro. O duelo que tive com Victor Santos foi muito importante para testar minha competitividade, estamos em meio à busca pela vaga nos Jogos Olímpicos. Eu já tenho critérios para classificação aos Jogos, mas vim aqui melhorar meus pontos e situação, há o Juan crescendo na disputa também”, pontuou Fernandez.

Entre os que ainda buscavam a classificação para os Jogos Olímpicos, estava o equatoriano Klaus Jungbluth, que alcançou seu objetivo após a prova de Perseguição no sábado. Metas olímpicas à parte, o Circuito teve disputas emocionantes nas provas em si, com destaque para a dinâmica que envolveu Yonathan Fernandez e os brasileiros Victor Santos e Lucas Lima, ambos no pódio durante todas as provas internacionais.

Se os dois primeiros capítulos, provas de 15km Mass Start e Perseguição de 7.5km, reservaram o lugar mais alto do pódio para o chileno, o jogo virou a favor do Brasil no domingo durante a prova de Sprint. Colocando à prova sua estratégia final de ataque na reta final, Victor Santos buscou o ouro em um dos momentos mais emocionantes da etapa.

“O desempenho pelo Circuito de Rollerski já era esperado, pelo que venho treinando e me preparando mentalmente. Consegui fazer bons pontos para somar no ranking nessa corrida olímpica. Estou feliz e agora vou em busca da vaga na Europa, nas provas da temporada, será o momento mais importante. É lá que eu quero estar bem”, pontuou Santos.

Entre as mulheres, apesar de mais uma chilena com foco na classificação olímpica, Claudia Salcedo, os holofotes se voltaram, de fato, para Bruna Moura, que provou sua hegemonia em provas internacionais realizadas no Brasil ao vencer todas as disputas femininas. Com os resultados, novo alento para a atleta que reside em São Carlos ir atrás da vaga olímpica em solo europeu na abertura da temporada no hemisfério norte.

Ainda que as provas paralímpicas de rollerski do Circuito não sejam válidas internacionalmente, as disputas de Distance 8km e Sprint também serviram como teste competitivo de grande valor para boa parte da possível delegação paralímpica brasileira em PyeongChang. Exceto André Cintra, do Para Snowboard, é das caras que estiveram em São Carlos que vêm os possíveis representantes do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno em março, entre eles Thomaz Moraes, Fernando Aranha, Cristian Ribera e Aline Rocha. No misto de gerações, se Aranha e Rocha faturaram os ouros masculino e feminino, os jovens Cristian Ribera e Thomaz Moraes provaram sua contínua evolução.

“A caminhada para os Jogos corre bem, tenho provas no final do ano que serão decisivas. Estou muito empolgado com tudo isso, quero muito estar em PyeongChang, seria muito gratificante para mim, minha carreira”, comentou Moraes, de 15 anos, que pode obter classificação e disputar provas na categoria Standing.

Inspirados pelos exemplos dos atletas mais velhos, as categorias de base, sub-14 e sub-18, também marcaram presença em São Carlos para competir em provas de Distance 4km, Rollerski Cross e Sprint. Entre os destaques masculinos estiveram Claudio Gustavo, com dois ouros, e Thiago Silva, com um. Entre as mulheres, assim como Bruna Moura, Eduarda Ribera, a Duda, desponta como uma das mais promissoras atletas na categoria sub-18 e estabeleceu certa hegemonia no topo do pódio, com três medalhas de ouro no Circuito.

“Faz quase um mês que voltei do Chile e foi muito bom. Durante a temporada fui ao pódio três vezes e foi uma experiência muito legal. É legal voltar ao Circuito e rever todos. Na prova de Rollerski Cross, os obstáculos colocaram um pouco mais de dificuldade e, mesmo assim, eu melhorei o meu tempo. Espero que ele continue sempre a melhorar”, encerrou Eduarda Ribera.

Num panorama geral sobre o evento, o gestor de Cross Country da Confederação Brasileira de Desportos na Neve Caio Freixeda ponderou: “A terceira etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski 2017 encerrou com chave de ouro o inverno sul-americano, apresentando um interessante mix, incluindo atletas conquistando importantes pontos na corrida pela classificação olímpica, atletas paralímpicos e jovens atletas que ainda estão começando na modalidade”.