A segunda participação do Brasil em uma edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno se encerrou no último domingo (18) em PyeongChang. Além de resultados inéditos na história do país na competição, a delegação brasileira pode celebrar a presença de Aline Rocha como primeira mulher nos Jogos, os dois Tops 10 de André Cintra no Para Snowboard e o bom desempenho do atleta mais novo em PyeongChang, o jovem Cristian Ribera.

“Estes Jogos Paralímpicos foram especiais para o Brasil, pois nos mostraram que estamos caminhando dentro do planejamento iniciado em 2014 para os três ciclos paralímpicos (2018, 2022 e 2026), objetivando uma possível medalha em 2026. Na realidade, estamos à frente do planejado, pois com o sexto lugar, Cristian ficou a apenas três posições da medalha de bronze”, avaliou Stefano Arnhold, Chefe de Missão em PyeongChang e presidente da Confederação Brasileira de Desportos na Neve.

Com o time 50% maior em relação a Sochi, quando foi representado por Fernando Aranha e André Cintra, o Brasil também teve aumento considerável nas provas disputadas. Em 2014, a delegação disputou quatro provas, enquanto na Coréia foram nove. Os resultados também provaram a evolução das modalidades paralímpicas brasileiras, visto que na Rússia o melhor resultado foi um Top 15 de Fernando Aranha no Para Cross Country. “Em PyeongChang tivemos seis resultados Top 15, sendo quatro destes Tops 10”, comentou Arnhold.   

Cristian Ribera, de apenas 15 anos, foi a “sensação brasileira” na Coreia do Sul. Logo em sua estreia paralímpica, conquistou um inédito 6º lugar nos 15km. Novamente em prova de Distance, de 7.5km, o atleta voltou a chamar atenção de equipes e imprensa de todo o mundo com um 9º lugar. André Cintra, por sua vez, conquistou dois Tops 10 no Snowboard Cross e Banked Slalom, além de se tornar o único atleta brasileiro com duas participações nos Jogos. Porta-bandeira na cerimônia de abertura e primeira mulher brasileira nos Jogos, Aline Rocha alcançou dois Tops 15 nas provas de 12km e 5km.

Com foco agora voltado para 2022, o Brasil continuará a reinvestir no rejuvenescimento e progressão técnica de seus atletas sustentado por alguns projetos estratégicos, sobretudo nas modalidades em que já possui atividades em curso. “Em PyeongChang, a participação de núcleos regionais de desenvolvimento, com destaque ao PEAMA de Jundiaí-SP na preparação do Cristian, fez diferença. Este processo está sendo enriquecido com a inclusão do núcleo de Santos, apoiado pela Associação Paradesportiva de Santos e o projeto Fast Wheels, e o PROAFA, Projeto Atividades Físicas, Esportivas e de Lazer Adaptadas, que é extensão do Departamento de Educação Física e Motricidade da UFSCAR. Em São Carlos, também já contamos com o apoio do Parque Ecoesportivo Damha como Centro de Treinamento Oficial para o Cross Country e Biathlon”, pontuou Arnhold.

“No Para Snowboard, também investiremos na categoria Upper Limb feminina, que deve se tornar evento paralímpico em Pequim 2022. Teremos um núcleo de desenvolvimento em formação no Rio Grande do Sul, em conjunto com a FADERS – Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e com Altas Habilidades no Rio Grande do Sul –  e nosso já parceiro Snowland de Gramado”, complementou Arnhold.

CEO da CBDN, Pedro Cavazzoni também exaltou algumas conquistas relacionadas ao planejamento da entidade: “Tivemos cinco atletas elegíveis neste ciclo e pudemos notar que o tripé que embasa nosso planejamento de longo prazo foi alcançado nesta edição: o aumento do número de atletas representando o Brasil nos Jogos; a melhora dos resultados e a diminuição da idade média da delegação”.

Resultados em PyeongChang 2018 
Aline Rocha – Para Cross Country
12km – 15º
1.1km – 22º
5km – 12º
revezamento 4×2.5km – 13º

Cristian Ribera – Para Cross Country
15km – 6º
1.1km – 15º
7.5km – 9º
revezamento 4×2.5km – 13º
 
André Cintra – Para Snowboard
Banked Slalom – 10º
Snowboard Cross – 10º