Aos 44 anos, André Cintra possui no currículo duas edições de Jogos Paralímpicos de Inverno (2014 e 2018). Em 2014, na Rússia, ele se tornou o primeiro brasileiro da história a se classificar para os Jogos no Para Snowboard.
Conheça mais sobre a trajetória de André Cintra, o primeiro atleta Paralímpico brasileiro do Snowboard, e também confira algumas dicas para quem quer começar no esporte nessa entrevista ao Brasil na Neve.
Como você conheceu o Para Snowboard?
Eu conheci o Snowboard há muito tempo atrás, e a primeira vez que eu pratiquei o esporte não tinha uma prótese específica, então eu nem consegui ficar de pé. Logo depois eu comprei uma prótese e aí consegui praticar o Snowboard pela primeira vez.
O que te motivou a se tornar um atleta profissional?
Acho que o que me motivou a me tornar um atleta de snowboard foi essa paixão pelo esporte e essa sensação de liberdade incrível que a gente tem na montanha quando está fazendo snowboard. Naquele mesmo momento que eu estava começando a fazer o esporte, a CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e o Comitê Paralímpico estavam montando um projeto porque eles tinham o objetivo de tentar levar um brasileiro para uma Paralimpíada de Inverno. Então eles me convidaram e aquilo reforçou minha motivação para que eu pudesse me tornar um atleta.
Depois de participar de dois Jogos Paralímpicos de Inverno, o que mudou em sua relação com o esporte?
Bom, depois de participar de duas edições dos Jogos Paralímpicos, a minha vida mudou completamente em relação ao esporte. Na verdade mudou bem antes, antes mesmo da minha primeira ida aos Jogos, quando eu comecei a treinar como profissional do Snowboard a minha vida já mudou completamente. Eu aprendi muito sobre disciplina, sobre a parte técnica, sobre as pranchas, quer dizer, toda a ciência que está por trás de um esporte como esse.
Quais foram os momentos mais memoráveis da sua carreira?
Os momentos mais memoráveis da minha carreira acho que foram dois. Acho que o primeiro momento muito especial foi ter sido porta-bandeira de abertura dos Jogos na Rússia. E o segundo momento, muito memorável, muito especial, foi ter conquistado o 10° lugar nas Paralimpíadas da Coreia.
Como você vê o futuro do para snowboard no Brasil e quais são suas esperanças para o esporte no país?
Bom, sobre o futuro do Para Snowboard no Brasil, eu acho que a gente fez apenas o início. Então, a modalidade está começando ainda, tem muito a ser conquistado. Novos atletas estão chegando, então acho que tem uma grande e linda caminhada pela frente!
Quais dicas você daria para alguém que quer começar no esporte?
Para alguém que quer começar no esporte, a minha dica é: vá para a montanha e fique o máximo de tempo puder. Claro, comece fazendo suas aulas, e se conecte com a montanha. Acho que é muito importante no Snowboard você ter essa conexão com a neve e ter essa conexão com a montanha, que é um lugar muito especial.
Quais equipamentos são indispensáveis para a prática do Snowboard?
Os equipamentos indispensáveis para o Snowboard são prancha, binding, uma boa bota que te deixa bem confortável, meias quentes, uma boa calça, que te proteja, que a neve não molhe, uma boa jaqueta, segunda pele, balaclava, gorro, capacete e luvas. E também óculos de neve, com uma lente especial para cada dia.
Para a maioria dos brasileiros, a neve não é um ambiente muito confortável. O que pode ajudar alguém que teve pouco ou nenhum contato com a neve em sua ambientação?
Muitas vezes a neve é um lugar desconfortável para quem é brasileiro e não está acostumado. Então, acho que o mais importante para se ambientar é você ter realmente roupas muito quentes para que você não passe frio. Acho que tendo roupas bem quentinhas você vai estar confortável e vai conseguir se ambientar muito bem na neve.
Esta entrevista foi realizada pela CBDN durante o Mountain Days, evento da Decathlon Brasil em Chamonix, na França.
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