A Copa do Mundo de Para Ski Cross Country em Vuokatti – Finlândia acabou neste domingo, 16, mas a participação brasileira ficou para a história: o país garantiu sua colocação entre os dez primeiros colocados gerais. Foram três medalhas conquistadas (uma de prata e duas de bronze), as três primeiras da história do Brasil, além de sete quebras de recordes nacionais.
“Não estamos mais falando de resultados isolados, nem de um único atleta. A equipe toda está evoluindo e é realmente impressionante obtermos tais resultados, levando em consideração a estrutura modesta (apesar de eficiente) que temos em relação as equipes que estão dividindo o pódio conosco. Estou muito feliz com o que alcançamos até o momento e só tenho a agradecer a todos que trabalham para que isso seja possível. Não vamos parar por aqui!”, comemora Leandro Ribela, treinador chefe do Para Ski Cross Country.
A Copa do Mundo de Para Ski Cross Country é o mais importante circuito de competições anual da modalidade, reunindo todos os melhores atletas do mundo em diversas etapas ao redor do globo.
Os heróis brasileiros na neve
Os protagonistas da campanha histórica têm nome e sobrenome: Cristian Ribera, Aline Rocha, Thomaz de Moraes, Guilherme Rocha e Robelson Moreira foram os atletas que representaram o Brasil.
Cristian Ribera, atleta de apenas 16 anos, encabeçou o sucesso brasileiro – com uma medalha de prata e outra de bronze, além de três quebras de Recorde Brasileiro. Na contagem do ranking da Copa do Mundo, Ribera aparece na 4ª colocação, empatado em número de pontos com o 3º colocado, o Canadense Collin Cameron.
Outro nome paralímpico da delegação, Aline Rocha, também garantiu uma medalha (bronze) para o Brasil nesta Copa do Mundo de Vuokatti. Nas três diferentes provas das quais a atleta participou na Finlândia (Middle Distance, Short Distance e Sprint), a atleta conquistou seus melhores desempenhos da carreira e quebrou três vezes os recordes brasileiros.
Na categoria standing (competição em pé), o Brasil foi representado por Thomaz de Moraes. E, com apenas 17 anos, o atleta também fez história nas pistas da Finlândia. Ele não só ficou entre os 10 primeiros na prova de sprint, como mostrou uma evolução gigantesca. Os números explicam: nesta prova, Thomaz quebrou o recorde nacional, registrando 22.33 pontos IPC. O recorde anterior era de 97.76 pontos.
Além desses nomes mais conhecidos do esporte paralímpico nacional, a delegação contou com dois outros representantes na categoria sitting (que competem sentados): Guilherme Rocha e Robelson Moreira. Ambos surgiram do projeto de desenvolvimento da modalidade, os núcleos de Para Ski Cross Country e debutaram em uma competição internacional oficial, obtendo resultados expressivos. Os dois atletas, por exemplo, superaram o índice paralímpico nas provas de Vuokatti. Isso significa que, caso os Jogos Paralímpicos de Inverno fossem ano que vem e eles mantivessem tal desempenho, tanto Guilherme quanto Robelson teriam suas vagas para os Jogos garantidas.
A preparação por trás dos holofotes
A campanha nacional é uma história que vem sendo escrita desde muito antes da Copa do Mundo de Vuokatti. A modalidade foi uma das escolhidas pela CBDN como prioridade estratégica após amplo estudo realizado para elaboração do planejamento estratégico de longo prazo da entidade devido a sua alta viabilidade de desenvolvimento no Brasil com o uso do rollerski.
A preparação da equipe foi primordial nos resultados alcançados e vem sendo realizada, dentro e fora da neve, há um bom tempo.
Todos os representantes do Brasil na Finlândia tiveram um último ano de treinamento intenso e contaram com apoio importante dos parceiros na busca por esses resultados. Ancorados pela CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve, eles participaram de diferentes campeonatos e treinamentos no último ano. Só em 2018, por exemplo, foram disputadas três etapas do Circuito Brasileiro de Rollerski – no qual os atletas podem, por meio do “ski de rodinhas”, simular o Ski Cross Country no asfalto, além de treinamento na Argentina.
Entre os principais parceiros da CBDN no desenvolvimento do esporte paralímpico de neve no Brasil, é importante citar o CPB – Comitê Paralímpico Brasileiro, a Fundação Agitos e o IPC e o Parque Eco-Esportivo Damha, local onde a equipe realiza períodos de treinamento e competições de rollerski. Destaque também para os núcleos de desenvolvimento que trabalham na preparação dos atletas no dia-a-dia, o PEAMA, em Jundiaí (SP), a DEFMH-UFSCAR, em São Carlos (SP), a Fast Wheels, em Santos (SP).
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