Em sua maior edição, o Circuito Brasileiro de Rollerski se encerra, após quatro dias (13 a 16 de outubro) de disputas nas pistas do Parque Ecoesportivo Damha, em São Carlos – SP. O campeonato foi marcado pelo aumento do nível técnico e da competitividade, nas mais diferentes categorias, e pela quebra de recordes brasileiros na modalidade.
No último dia de provas, o olímpico Victor Santos quebrou seu próprio recorde da Categoria Adulto, o qual havia atingido em 2015. Já Yuri Rocha é o novo recorde brasileiro da Categoria Júnior. “Atingimos na prova de Perseguição os dois melhores resultados da história do Cross Country Masculino brasileiro. Estamos no início do ciclo olímpico e esses resultados nos trazem grandes expectativas do que ainda está por vir até 2022”, analisa Caio Freixeda, gestor do Ski Cross Country e Biathlon na CBDN.
Além disso, a presença de atletas olímpicos e paralímpicos conferiu um grau de disputa bem alto em todas as provas do Circuito. Foram 60 atletas participantes, sendo três olímpicos (Victor Santos, do Brasil; Matias Zuloaga, da Argentina; Yonathan Fernandez, do Chile) e dois paralímpicos (Aline Rocha e Cristian Ribera, ambos do Brasil).
Provas FIS
Valendo pontos no ranking internacional do Ski Cross Country da Federação Internacional de Ski – FIS, as provas FIS trouxeram disputas energizantes e momentos de superação dos atletas, tanto no masculino quanto no feminino. As disciplinas competidas foram: Mass Start, Sprint, Distance e Perseguição Clássica.
No masculino, um dos principais destaques foi o atleta Victor Santos, que levou o ouro no Sprint em prova emocionante, na frente dos também olímpicos Yonathan Fernandez (CHI), medalhista de prata; e Matias Zuloaga (ARG), que chegou em terceiro.
“Me senti bem durante todas as baterias e na qualificação. Mesmo com algumas dificuldades, minha ponta entortou em uma das subidas e meu corpo estava muito cansado do dia anterior, mas eu sabia que durante as baterias eu ia conseguir correr no ritmo de qualquer atleta daqui”, conta o campeão.
Já no feminino, Bruna Moura confirma o seu favoritismo, levando o ouro em todas as provas nas quais disputou. Entretanto, destaque também para Gabriela Neres, que fez o melhor tempo feminino no último dia, na prova de Perseguição Clássica e para Taynara da Silva, que conquistou medalhas tanto nas categorias FIS quanto no Sub 20.
Para Rollerski
Apesar do Para Rollerski não valer pontos no ranking internacional, as provas desta etapa definiram as vagas restantes do Brasil na Copa do Mundo de Para Ski Cross Country de Vuokatti, na Finlândia, no mês de dezembro deste ano.
Aline Rocha, Cristian Ribera e Thomaz Moraes já haviam conquistado suas respectivas vagas. As outras duas que ainda estavam em aberto foram ocupadas, depois das classificações do Circuito, por Robelson Lula e Guilherme Rocha.
Destaque, nesta edição, para o desempenho dos atletas na prova de Distance do Para Rollerski. Mesmo sob o tempo muito chuvoso, os competidores finalizaram bem uma das provas mais exigentes do Circuito e superaram as condições adversas.
“A evolução técnica foi clara… Das duas vagas que ainda tinham, quatro atletas conseguiram atingir o índice de elegibilidade e isso deixa evidente a alta competitividade. Mesmo com a chuva forte, ninguém deixou isso prejudicar a performance”, constata Leandro Ribela, coordenador da modalidade e chefe da competição.
Desenvolvimento da modalidade
A 3a Etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski conta também com diversas provas dedicadas ao desenvolvimento da base da modalidade: feminino sub 20 e masculino sub 16 (Distance, Sprint e Rollerski cross).
“Os pequenos atletas estão cada vez mais envolvidos no treinamento e se desenvolvendo muito nas habilidades, tornando a prova mais competitiva e apresentando um nível mais alto. Foi legal ver a diferença pequena entre os primeiros colocados, o que mostra o quão acirradas estão as disputas”, explica Gabriela Nakasato, treinadora da equipe infantil de Ski Cross Country.
Como abertura do Circuito e parte das ações da CBDN para o desenvolvimento do Rollerski no Brasil, realizou-se a Vivência Aberta da modalidade no dia 12 de outubro, também no Parque Ecoesportivo Damha.
Aberta ao público geral, a Vivência foi ministrada pelo atleta olímpico Leandro Ribela e treinadores do Centro de Treinamento da Confederação em São Carlos. “Primeira vez que tive contato com a modalidade, mas achei muito massa! Já levei um tombão aqui, estou com o cotovelo ralado, mas já quero fazer de novo!”, conta Samuel Domingos, mestrando de Educação Física na UFSCAR.
Próxima etapa tem data marcada
A quarta e última etapa do ano ocorre de 17 a 20 de novembro, também em São Carlos, e promete fechar, com chave de ouro, o calendário de eventos esportivos da CBDN em 2018. “A quarta consagrará os campeões de cada categoria. Algumas estão com uma disputa bastante acirrada e será interessante ver o desfecho”, diz Freixeda.
Yonathan Fernandez, atleta olímpico do Chile e medalhista em diferentes provas do Circuito, conclui: “Para mim, é um prazer e uma honra vir aqui competir no Brasil, porque sinto que o nível é alto e vocês, da CBDN, têm uma grande organização do campeonato. É um alto nível em todos os sentidos e pretendo voltar mais vezes”.