Sob intenso frio, com temperatura de -3ºC e sensação térmica de -10ºC, a delegação brasileira participou da Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Inverno nesta sexta (09) em PyeongChang. Com Aline Rocha como porta-bandeira, a festa teve como temática a paixão que move e fornece energia às pessoas.
Com a participação de Aline Rocha, Cristian Ribera e André Cintra, o Brasil foi a 15ª nação a adentrar o Estádio Olímpico de PyeongChang. Pela segunda vez em sua história, o país inicia sua caminhada nos Jogos Paralímpicos de Inverno, com André Cintra como único remanescente da edição de Sochi 2014.
“Esta segunda participação do Brasil em Jogos Paralímpicos de Inverno mostra o desenvolvimento do esporte de neve no país, mesmo com condições adversas, por causa do clima. A Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) vem fazendo todos os esforços para isso e nossa delegação aqui é prova. Aumentamos em 50% em relação ao número de atletas em Sochi, na Rússia, quatro anos atrás. A expectativa é que continuemos crescendo no mesmo ritmo nas próximas edições”, pontuou Alberto Martins, diretor técnico do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
A estreia do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Inverno de PyeongChang ocorre neste sábado (10), com Aline e Cristian disputando as provas de 12km e 15km, respectivamente. Já André Cintra compete no domingo (11), no Snowboard Cross.
“Temos um parceiro – CPB – que acredita no nosso trabalho de longo prazo e que tem nos ajudado de forma espetacular. A nossa intenção é de buscar participações em finais e, quem sabe, medalhas em 2026 e 2030”, comentou Stefano Arnhold, presidente da CBDN.
Durante a cerimônia, esteve em destaque a delegação dos Estados Unidos com 68 integrantes, seguido por Canadá (52), Japão (38), os donos da casa, a Coréia do Sul (36) e a Noruega (32). A tocha paralímpica chegou à festa carregada pelos atletas paralímpicos Choi Bogue, da Coreia do Sul, e Ma Yu Chol, da Coreia do Norte. Penúltimo integrante do revezamento no Estádio, o jogador de hóquei sul-coreano Han Min Su emocionou a todos escalando, com sua prótese na perna, a rampa que levava à pira. Representando a paixão que move as pessoas, ele entregou a chama paralímpica aos atletas de curling em cadeira de rodas e curling olímpico Seo Soonseok e Kim EunJung, respectivamente. A ideia era passar uma mensagem de coexistência entres os esportes paralímpicos e olímpicos.
A edição dos Jogos da Coreia do Sul será a maior da história e reunirá 567 atletas de 48 países, mais os neutros. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) transmite em seu site e canal do YouTube todas as disputas. Até o momento, 275 mil ingressos foram vendidos e, segundo a organização, o objetivo é chegar a 315 mil.
Além do Para Snowboard e do Para Cross Country, estão no programa nesta edição o Para Biathlon, o Para Ski Alpino, o Curling em cadeira de rodas e o hóquei em trenó. No total, serão disputadas medalhas em 80 eventos do dia 10 ao dia 18.
Perfis dos atletas brasileiros:
Aline Rocha – Pinhão (PR)
Data de nascimento: 20/02/1991
Peso: 38 kg
Altura: 1,53
Classe: LW11 (sitting)
Modalidade: esqui cross-country
História: Aline sofreu um acidente de carro aos 15 anos que lhe causou uma lesão medular e a perda dos movimentos das pernas. Iniciou sua trajetória no esporte praticando atletismo, quatro anos após ter se acidentado. Há pouco mais de um ano, passou, também, a competir na neve, já que os movimentos do esqui cross country eram parecidos com o da corrida em cadeira de rodas.
Cristian Ribera – Cerejeiras (RO)
Data de nascimento: 13/11/2002
Peso: 45 kg
Altura: 1,60m
Classe: LW11 (sitting)
Modalidade: esqui cross-country
História: Cristian nasceu com artrogripose – doença congênita das articulações das extremidades – e, em busca de tratamento, mudou-se de Rondônia para São Paulo. Aos 15 anos, já passou por 21 cirurgias para a correção das pernas e hoje, além do esqui cross-country, também faz natação, atletismo e anda de skate.
André Cintra – São Paulo (SP)
Data de nascimento: 22/03/1979
Peso: 77kg
Altura: 1,80m
Classe: LL1 – lower limb impaired (deficiência nos membros inferiores)
Modalidade: Snowboard
História: Aos 17 anos, André sofreu um acidente de moto e teve que amputar a perna direita um pouco acima do joelho. Em 2010, se interessou pelo snowboard e resolveu se aventurar no esporte. Ele foi o primeiro atleta brasileiro a conseguir se classificar para os Jogos Paralímpicos de Sochi, em 2014, quando o Brasil fez sua estreia na competição de inverno.