Apaixonada por esporte desde pequena, Gabriela Neres encontrou o Rollerski como porta de entrada para o esporte de neve e se coloca entre os principais nomes do Brasil do Ski Cross Country. Já são quase 10 anos como atleta e a brasiliense de 23 anos ainda não pensa em parar de treinar.
A carreira de Gabriela iniciou cedo, mas não foi com os esquis no pé. Aos nove anos de idade a atleta começou a participar de competições de patins, em campeonatos nacionais e fora do Brasil. Entretanto, quando percebeu a vocação para o esporte, decidiu trocar de modalidade.
“A minha técnica de patins viu que eu queria [seguir carreira] no esporte, que eu queria ser atleta e queria algo olímpico. Então ela procurou algo próximo para eu não perder toda a base que eu já tinha tido com o patins e viu que o Ski na neve, com o Rollerski, era muito próximo nas bases físicas”, conta.
Em contato com a CBDN – Confederação Brasileira de Desportos na Neve, Gabriela realizou testes e integrou a equipe brasileira, sendo uma das únicas meninas a participar de competições juniores na época.
A atleta conta, porém, que apesar da base que adquiriu no patins e dos treinamentos com o Rollerski, no ínicio era difícil acompanhar as adversárias. Ainda assim, Gabriela manteve o foco para melhorar seus resultados.
“Quando eu comecei, eu não tinha muita comparação porque as competidoras europeias da minha idade, na época, já eram bem avançadas nessa idade. Eu levei um tempo até me adaptar com as competições e eu comecei a evoluir quando eu já estava no meu último ano júnior, que foi com 19 anos. Aí comecei a ter resultados muito expressivos”.
Com base em Brasília, longe dos centros de treinamentos de São Paulo, o desenvolvimento requer muita disciplina por parte da atleta. Os treinos são montados a partir de feedbacks e o Rollerski vai para a pista cerca de duas vezes por semana. Além disso, academia e corrida complementam a parte física de Gabriela, que divide a vida no esporte entre teoria e prática.
Isso porque Gabriela cursa faculdade de Educação Física. A atleta escolheu o curso justamente pela proximidade com o que faz, com a intenção de estender sua carreira no esporte. Ela conta, também, porque escolheu a transição entre as categorias júnior e adulto para estudar:
“Eu fico orgulhosa porque desde pequena eu sempre fui muito decidida — e não impulsiva — e é diferente. Sempre pensei duas, três vezes, planejei tudo. Quando eu decidi que ia fazer o curso [de educação física] naquele momento, é porque eu queria seguir a transição que estava acontecendo na minha vida. Se eu saí do júnior e vou começar no adulto, sei que já não vou começar com tudo. O que é mais fácil: seguir a transição ou quando eu estiver no top da minha carreira? Aí eu não vou querer fazer uma faculdade”.
Determinada, a relação de Gabriela com o esporte a aproxima não só da modalidade que pratica, mas das pessoas e isso é fundamental na carreira da atleta, que é apoiada pela escola de idiomas English Live!.
“Quando eu falo em ser atleta isso engloba muitas coisas. O tanto que muda a nossa realidade, o tanto que muda a nossa forma de ver cada coisa e principalmente, o que eu mais gosto, são os relacionamentos. O esporte te deixa perto de muitas pessoas, independente de qual seja o estado social da pessoa, se é homem ou mulher, Isso é muito interessante. Tem coisas que a gente já nasce pra tudo dar certo naquilo. O esporte mudou toda a minha realidade. Desde pequena todas as minhas decisões foram embasadas no esporte. É algo que eu confio muito”.